sexta-feira, 8 de junho de 2007

Menos um ponto para a DGS

Na generalidade dos serviços as razões mais frequentes para imobilizar um doente são: a agitação psicomotora e a confusão mental; a maior parte das vezes para a sua própria segurança. A violência contra os profissionais de saúde verifica-se com mais frequência na psiquiatria e nos serviços de urgência. É muito menos frequente nos outros serviços.

Esta circular normativa refere-se a todos os doentes, não só, aos doentes violentos e agressivos. Muitas vezes não há outra alternativa senão imobilizar um idoso que tem uma demência, para garantir a sua segurança física.

Esta circular não vem apenas normalizar a contenção física de doentes agressivos e violentos, vem também tornar a imobilização de qualquer doente e em qualquer situação um acto médico. É óbvio que a decisão de imobilizar um doente deve ser uma decisão partilhada, mas a necessidade de uma prescrição médica parece-me ridículo.

Ridículo também, parecem-me as declarações de Guadalupe Simões ao Correio da Manhã. Sugeria-lhe uma visita a uma urgência psiquiátrica.

domingo, 20 de maio de 2007

Enfermeiros e Competências

Parece-me que será fácil aferir essa competência, de acordo com critérios definidos pelas ordens dos enfermeiros e dos médicos.

O trabalho dos enfermeiros é precisamente atender pessoas. Concordo que se possa substituir um modelo, mas não concordo que o enfermeiro possa substituir o médico, ou que o médico possa substituir o enfermeiro. Pelo facto de termos formações distintas e de abordarmos a saúde também de forma distinta. Por termos competências profissionais diferentes, definidas pelas respectivas ordens, e também, por termos definidos mandados sociais diferentes. No entanto, apesar destas diferenças, concordo que perante a mesma situação, em determinadas áreas, ambos possam actuar. O ideal seria actuarem em complementaridade.

Os enfermeiros portugueses, apesar da sua heterogeneidade no que diz respeito à sua formação, tem um alto nível de competência técnica e humana. Lembro que o ensino da enfermagem foi integrado no ensino superior em 1988, mas a qualidade do mesmo já se encontrava a esse nível há algum tempo, portanto, há quase 20 anos.

Relativamente às competências: nãos nos podemos esquecer que as profissões estão em constante evolução, em particular as da área da saúde, a par da evolução técnica e científica. Lembro que no século 19, a competência para utilizar o termómetro, para avaliar a temperatura corporal, era exclusiva dos médicos.

Na sua prática os enfermeiros tem que recorrer ao seu discernimento clínico permanentemente, tomando decisões clínicas e implementando intervenções; sendo que quando o diagnóstico ou intervenções saem da área das suas competências encaminham a situação para outros profissionais.

Quantas vezes, quando o médico chega junto do doente, em situação de urgência, e já foram tomadas as primeiras medidas adequadas, garantindo assim a qualidade dos serviços prestados aos doentes? Quantas vezes a opinião do enfermeiro influenciam a decisão do médico? Quantas vezes o contributo do enfermeiro especialista em saúde materna é fundamental no seguimento de grávidas, especialmente onde não existe médico especialista nesta área? No entanto, estes contributos não ficam documentados; e pelos vistos pouco claros na cabeça de enfermeiros, médicos e público em geral.

Concluindo, parece-me que enfermeiros e médicos deveriam trabalhar mais em equipa e que ambos estão subaproveitados.

Comentário ao post “ competências “ publicado no Juramento de dos Hipócritas

quinta-feira, 17 de maio de 2007

Enfermagem e a Imprensa

A OE acabou com o discurso do rácio, no entanto, acredito que o fez apenas para os enfermeiros, pela impopularidade do mesmo, e que o mantém para o governo; não com o objectivo de perpetuar o actual ritmo de formação, manifestamente elevado, mas sim para aumentar a dotação dos serviços. Parece-me que a OE se tem colado muito ao discurso do ICN, e é esse o seu discurso, sustentado no argumento da segurança dos doentes; e como certamente devem saber, já sortiu efeito em alguns estados nos USA e no Quebeque, onde foram aprovadas leis que definem rácios e que obrigaram as instituições a aumentar a dotação dos seus serviços.

A propósito da investigação: actualmente quase diariamente, a imprensa publica artigos nos quais se fala dos enfermeiros, e muitas vezes nos projectos de investigação em que estão envolvidos. Pergunto: a que se deve este fenómeno? Finalmente os jornalistas passaram a achar os enfermeiros interessantes, e as histórias que os envolvem? Finalmente os enfermeiros passaram a responder às investidas dos jornalistas? Ou nada disto aconteceu de forma espontânea, mas sim de um trabalho organizado e com objectivos bem definidos?

terça-feira, 15 de maio de 2007

Enfermagem e Relações Públicas

Foi com enorme prazer que acabei de ouvir, na RTP N, o Sr.Enf.º Sérgio Gomes, coordenador da linha de saúde pública, da Direcção Geral da Saúde – DGS, num programa subordinado ao tema: " Sabe que medidas tomar contra o calor?"

Estão de parabéns a DGS e os seus profissionais de relações públicas pelo trabalho desenvolvido. Pela qualidade e investimento presente na publicidade feita à linha saúde 24, quer na televisão, quer na imprensa escrita, que é da responsabilidade de profissionais de enfermagem, inclusivamente coordenação. Pela imagem adulta e profissional dos enfermeiros vinculada por esses anúncios publicitários. E por, finalmente, parecer que o ministério da saúde e a DGS perceberam e se renderam à evidência que os enfermeiros são os profissionais nos quais se devem apoiar se pretenderem operar mudanças no Sistema Nacional de Saúde, acrescentando valor aos cuidados prestados às populações.

Está também de parabéns o Sr.Enf.º Sérgio Gomes, que esteve no programa na qualidade de especialista em saúde, pela forma como representou a DGS e os enfermeiros.

quinta-feira, 10 de maio de 2007

Mais de mil chamadas por dia para a linha telefónica Saúde 24


Em 14 dias, 16 mil pessoas - uma média de 1142 por dia - recorreram à linha telefónica Saúde 24, que permite ao utente esclarecer dúvidas em relação a eventuais sintomas e também receber informações gerais sobre saúde pública ou saber qual o centro de saúde mais próximo.
O serviço telefónico estava a funcionar em período experimental desde 25 de Abril e anteontem foi inaugurado oficialmente pelo primeiro-ministro, que aconselhou os portugueses a terem sempre presente o número da nova linha - 808242424 - sublinhando que "é um serviço em que os portugueses podem confiar". "Os funcionários são do melhor que há em Portugal", disse José Sócrates na inauguração, em Lisboa. As chamadas são atendidas por mais de 300 profissionais, entre os quais 260 enfermeiros, num centro de atendimento que funcionará todos os dias do ano.
Entre os contactos realizados, 24,85 por cento foram de cariz clínico, sendo os restantes de informação geral de saúde. Em breve será possível saber quais são as farmácias de serviço da zona de residência do utente e a Direcção-Geral de Saúde admite a hipótese de a linha poder servir no futuro para marcação de consultas no Serviço Nacional de Saúde.



09.05.2007
lusa
publico.pt

domingo, 6 de maio de 2007

Assembleia Geral Extraordinária - 19 de Maio de 2007

A Presidente da Mesa da Assembleia Geral - Enf.ª Ana Sara Alves de Brito - convocou uma nova Assembleia Geral Extraordinária para as 17 Horas do próximo dia 19 de Maio, no Auditório 3.2.14 da faculdade de Ciências da Universidade de Lisboa - Bloco C3, ao Campo Grande.

Nações Unidas alertam para a falta de 700 mil parteiras em todo o mundo


Metade das mulheres grávidas continua sem acesso a cuidados de saúde profissionais


Em muitos países, as mulheres dependem das parteiras para que os seus filhos nasçam em segurança e elas próprias não sofram complicações de saúde. Porém, as parteiras não existem em número suficiente e, hoje, seriam precisas mais 700 mil para garantir o acesso universal a cuidados profissionais durante a gravidez e o parto. Este é o diagnóstico do Fundo das Nações Unidas para a População (FNUAP), revelado ontem, no Dia Mundial da Parteira.O organismo internacional apelou, por isso, à "acção urgente" para reverter a escassez de parteiras, vincando que elas "prestam um enorme contributo para a saúde das mulheres e dos bebés em todo o mundo". Essa "acção", defende, deve incluir um "maior investimento no treino, recrutamento, pagamento e condições de trabalho das parteiras"."Metade das mulheres grávidas continua a não ter acesso a cuidados de saúde profissionais durante o parto e as consequências são devastadoras", realça o comunicado assinado pela directora executiva do FNUAP, Thoraya Ahmed Obaid, que avança com estatísticas. Cerca de 529 mil mulheres morrem por complicações durante a gravidez e o parto; quatro milhões de bebés morrem à nascença ou já nascem sem vida; dez milhões de mulheres ficam debilitantes após o parto, algumas até inférteis.Números que, compara o FNUAP, representam "mais do que o total combinado de mortes causadas pelo vírus da sida, pela tuberculose e pela malária".A solução, defende o fundo da ONU, passa pela aposta na "assistência qualificada", pois o apoio durante o parto "pode reduzir as mortes maternas em 75 por cento".



06.05.2007, Sofia Branco

sábado, 5 de maio de 2007

Parteiras asseguram mais de 27 mil partos por ano nos hospitais e nos domicílios


Não gostam que lhes chamem parteiras. A expressão está colada às "habilidosas" que, sem formação, com saber de experiência feito, garantiam partos em casa

A lei refere-os como enfermeiros especializados em saúde materna e obstetrícia. É um nome longo, muito longo. Para encurtar, auto-intitulam-se enfermeiros obstetras. Parteiro (a) é que não. A velha expressão carece de conotação positiva, reconhece Dolores Sardo, presidente da Associação Portuguesa dos Enfermeiros Obstetras (APEO).
O pormenor não impede a APEO de hoje celebrar o Dia Internacional da Parteira, instituído em 1992 pela International Confederation of Midwives (ICN), estrutura que agrega 85 associações de parteiras de 75 países. Fê-lo pela primeira vez no ano passado, na Póvoa de Varzim. Este ano, elege Viseu, cidade que acolheu ontem e anteontem o encontro anual de profissionais da área.
"Fala-se como se as parteiras já não existissem, mas existem - estamos aqui para dizer que existimos", enfatiza Sardo. São mais de 1700. De onde vem esta espécie de vergonha pela expressão parteira? "O nome não é cultural e socialmente aceite", responde. Está colado à imagem das "habilidosas"­- mulheres desqualificadas, com saber de experiência feito, que, à falta de assistência especializada num Portugal atrasado e miserável, garantiam partos ao domicílio.
Já lá vai o tempo em que a realidade era dominada por "habilidosas" e as parteiras profissionais cumpriam apenas o 2º ano do ciclo e uma curtíssima formação numa faculdade de Medicina. Há muito que se exige um curso de enfermagem e uma especialização. São seis anos a estudar. A actividade profissionalizou-se, mas não beneficia de margem de manobra. Um enfermeiro obstetra, nota a dirigente associativa, nem sequer tem autonomia para admitir parturientes na sala de parto. Embora esteja apto a "fazer a vigilância pré-natal, a preparação para o parto, o parto" e precise de solicitar intervenção médica "apenas quando há complicações".
A assistência materno-infantil mudou muito nas últimas décadas. Entre 1965 e 1995, o parto hospitalar passou de apenas um quarto para a quase totalidade. Mas mesmo dentro dos hospitais há muitos partos realizados sem médico obstetra. Os dados do Instituto Nacional de Estatística (INE) indicam 108885 nascimentos hospitalares em 2005, 81676 assistidos por médico, 27019 assistidos por enfermeira parteira, 190 assistidos por enfermeira não parteira.
Ainda de acordo com o INE, em 2005 apenas 481 partos realizados em Portugal ocorreram no domicílio. Alguns por "acidentes" - a criança nasceu em casa ou na ambulância, porque não houve tempo para chegar ao hospital. A maior parte por opção. Basta ver que 280 foram assistidos por um médico, 66 por uma enfermeira parteira, cinco por uma enfermeira não especializada. Os nascimentos sem assistência somam 26. Há cinco por especificar. A taxa de mortalidade infantil portuguesa, essa, é das mais baixas do mundo. E as parteiras orgulham-se disso.


05.05.2007, Ana Cristina Pereira
publico.pt

José Sócrates e deputados vão doar medula óssea

O primeiro-ministro, José Sócrates, e um grupo de deputados de todos os partidos com assento parlamentar formalizam segunda-feira a sua inscrição como dadores voluntários de medula óssea. Com este acto, no Hospital Pulido Valente, em Lisboa, José Sócrates e os deputados pretendem incentivar a campanha de angariação de dadores de medula óssea, lançada em Janeiro pela Associação Portuguesa Contra a Leucemia (APCL).
O objectivo desta campanha é atingir os cem mil dadores até ao final do ano.
O perfil clínico de José Sócrates e dos deputados que integram o grupo será avaliado no Centro Nacional de dadores de Células Estaminais de Medula Óssea ou do Cordão Umbilical (CEDACE), mediante a realização de testes específicos, sendo-lhes retirada uma amostra de sangue para análise de ADN e virológica.
Os dados obtidos serão depois guardados numa base informática, nacional e internacional, para poderem ser utilizados sempre que um doente, independentemente da sua nacionalidade, seja proposto para transplante de medula óssea.
O objectivo da campanha que envolve políticos, entre os quais está José Sócrates, é atingir os 100 mil doadores

publico.pt

Farmácias deixam de cobrar taxa nocturna

Medida entra em vigor no dia 14, mas só se aplica a medicamentos com receita do próprio
dia ou do anterior

As farmácias vão deixar de cobrar taxas pelos medicamentos vendidos durante a noite, desde que a pessoa apresente uma receita datada do próprio dia ou do dia anterior. Mas a portaria que determina a suspensão da cobrança da taxa nestes casos (e que era, até agora, de 50 cêntimos) permite simultaneamente que as farmácias mantenham um acréscimo de pagamento nas restantes situações, estabelecendo como valor máximo 1,5 euros.
Ontem publicado, o diploma entra em vigor no próximo dia 14 e não terá um impacte significativo nas farmácias, uma vez que o valor cobrado actualmente era muito reduzido e eram vários os estabelecimentos que já prescindiam da taxa, defende Graça Pereira Lopes, da Associação das Farmácias de Portugal. Se há alguns anos era elevado o número de pessoas que recorria às farmácias de serviço muitas vezes para comprar fármacos ou outros produtos não urgentes - "cheguei a vender adesivos às 4 da manhã", recorda esta dona de uma farmácia do Porto -, actualmente a situação é diferente. "As pessoas já não vão às farmácias durante a noite por qualquer motivo", diz.
Entretanto, o prazo dado às farmácias para o alargamento do horário das 40 para um mínimo de 55 horas semanais termina na próxima segunda-feira, dia a partir do qual todos os estabelecimentos deverão ter em vigor os novos horários. Graça Pereira Lopes defende que esta medida terá um maior impacte nas farmácias, sobretudo as de província, que serão obrigadas a contratar mais pessoal. Mas os proprietários dos estabelecimentos podem fixar o período de funcionamento.


05.05.2007, Alexandra Campos
publico.pt

quinta-feira, 26 de abril de 2007

www.saude24.pt


Novo serviço telefónico poderá evitar que mais de 13 mil utentes recorram às urgências hospitalares por mês, segundo estimativas da Direcção Geral de Saúde.
No contrato com a Linha de Cuidados de Saúde, SA, o Ministério da Saúde prevê gastar até 45 milhões de euros durante os quatro anos de duração efectiva do acordo, que terminarão em 2010.
"O INEM continua a operar como até agora. E numa situação de visível emergência a chamada é de imediato canalizada para o INEM", afirmou a sub-directora-geral de Saúde Filomena Parra, lembrando que a "taxa de inutilidade" de chamadas para o INEM é actualmente de 60 por cento. E acredita que este novo serviço permitirá aos utentes "evitar deslocações desnecessárias" e "atenuar a pressão sobre os serviços de urgência".
Ramiro Martins, administrador da empresa responsável pela linha crê que muitas das chamadas para o INEM suscitam apenas aconselhamento e cita o exemplo inglês, onde um centro de atendimento idêntico levou a um decréscimo de 72 por cento nas ligações para o serviço de emergência e gerou uma quebra de dois a três por cento ao ano no acesso aos serviços de urgência.
Com o preço de uma chamada local, os portugueses terão a receber as suas chamadas mais de 300 profissionais, entre os quais 260 enfermeiros, num centro de atendimento que funcionará todos os dias do ano, sem interrupções.

terça-feira, 24 de abril de 2007

Prémios Fórum Hospital do Futuro


• Integração
Unidade Local de Saúde de Matosinhos
Cuidados no Acompanhamento do Prematuro no Domicílio
Enf.º Camilo Areias, Enfermeiro Director

O projecto “Parceria de cuidados no acompanhamento do prematuro no domicílio” foi implementado como resultado de um trabalho de investigação sobre as necessidades dos pais de bebés prematuros após a alta hospitalar, com o objectivo de facilitar a integração do prematuro no seu ambiente familiar, proporcionar autonomia à sua família e contribuir para a redução da morbilidade dos prematuros.
O projecto teve a duração de um ano e meio e os 58 enfermeiros envolvidos assistiram os 50 bebés nascidos no Hospital Pedro Hispano (HPH) neste período, totalizando 119 visitas domiciliárias. As visitas dos enfermeiros incidiram sobretudo em conselhos aos pais relacionados com a alimentação, os cuidados com a saúde do bebé, as rotinas de repouso ou a administração de medicamentos, entre outros. Muita desta informação foi também incluída num Guia entregue aos pais no momento da alta do hospital.
Este projecto integra-se no âmbito dos Cuidados Continuados da Unidade Local de Saúde (ULS) e foi realizado em parceria com os enfermeiros dos Centros de Saúde que integram a unidade. No final do projecto, um inquérito aos pais mostrou um alto grau de satisfação com a assistência prestada. No balanço final, a ULS conseguiu reduzir, em média, seis dias de internamento por cada prematuro, com poupanças também a nível económico. Pretende-se, no futuro, continuar com este projecto com todos os bebés que nasçam no HPH.

Na foto: Dr. Nuno Morujão recebe o Prémio da Alta Comissária da Saúde, Prof.ª Dr.ª Maria do Céu Machado