domingo, 20 de maio de 2007

Enfermeiros e Competências

Parece-me que será fácil aferir essa competência, de acordo com critérios definidos pelas ordens dos enfermeiros e dos médicos.

O trabalho dos enfermeiros é precisamente atender pessoas. Concordo que se possa substituir um modelo, mas não concordo que o enfermeiro possa substituir o médico, ou que o médico possa substituir o enfermeiro. Pelo facto de termos formações distintas e de abordarmos a saúde também de forma distinta. Por termos competências profissionais diferentes, definidas pelas respectivas ordens, e também, por termos definidos mandados sociais diferentes. No entanto, apesar destas diferenças, concordo que perante a mesma situação, em determinadas áreas, ambos possam actuar. O ideal seria actuarem em complementaridade.

Os enfermeiros portugueses, apesar da sua heterogeneidade no que diz respeito à sua formação, tem um alto nível de competência técnica e humana. Lembro que o ensino da enfermagem foi integrado no ensino superior em 1988, mas a qualidade do mesmo já se encontrava a esse nível há algum tempo, portanto, há quase 20 anos.

Relativamente às competências: nãos nos podemos esquecer que as profissões estão em constante evolução, em particular as da área da saúde, a par da evolução técnica e científica. Lembro que no século 19, a competência para utilizar o termómetro, para avaliar a temperatura corporal, era exclusiva dos médicos.

Na sua prática os enfermeiros tem que recorrer ao seu discernimento clínico permanentemente, tomando decisões clínicas e implementando intervenções; sendo que quando o diagnóstico ou intervenções saem da área das suas competências encaminham a situação para outros profissionais.

Quantas vezes, quando o médico chega junto do doente, em situação de urgência, e já foram tomadas as primeiras medidas adequadas, garantindo assim a qualidade dos serviços prestados aos doentes? Quantas vezes a opinião do enfermeiro influenciam a decisão do médico? Quantas vezes o contributo do enfermeiro especialista em saúde materna é fundamental no seguimento de grávidas, especialmente onde não existe médico especialista nesta área? No entanto, estes contributos não ficam documentados; e pelos vistos pouco claros na cabeça de enfermeiros, médicos e público em geral.

Concluindo, parece-me que enfermeiros e médicos deveriam trabalhar mais em equipa e que ambos estão subaproveitados.

Comentário ao post “ competências “ publicado no Juramento de dos Hipócritas

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